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O dia que me senti a Beyonce na Índia


O post de hoje é um relato bem curtinho, mas que me faz sorrir todas as vezes que eu me lembro dele.

Hoje eu vou falar sobre a Índia, e sobre como os indianos veem os ocidentais que viajam por lá.

Nós somos completamente estranhos pra maioria dos indianos. Se você vai pra lá, se acostume a ser muito encarada por todo mundo, o tempo todo.

E quando eu digo encarada, é muito encarada mesmo. Não adianta nem usar aquele velho truque de encarar a pessoa de volta até ela ficar desconfortável, porque eles vão te ganhar nesse jogo.

Bom, eu passei um mês em uma cidade no interior da Índia chamada Dharamsala (ainda vou falar muito de Dharamsala aqui), dando aulas voluntárias de inglês.

Num dia comum, eu estava andando por Dharamsala, por volta do meio dia. Estava indo para um templo budista muito famoso que existe lá, e que eu costumava ir pra passar o tempo.

Estava então quase chegando no templo, quando, não sei por que, resolvi olhar pra trás.

No que eu olhei pra trás, eu vi um grupo de mais ou menos umas 70 crianças, todas uniformizadas, de uns 12 anos, indo na mesma direção que eu. Na hora em que eu olhei pra elas eu já reparei na expressão de surpresa que elas fizeram. Não entendi muito bem o por quê e continuei no meu caminho.

Alguns segundos depois, uma dessas crianças chega pra mim, me dá a mão para cumprimentar e fala:

- Hi!

Eu sorri, dei a mão pra ele e disse:

- Hi!

No que as outras crianças viram que eu respondi o menino educadamente e que eu não era nenhum monstro ocidental de sete cabeças, vieram todas as SETENTA correndo na minha direção querendo me dar a mão e falar "Hi!", "What’s your name?", "Are you married?".

E, quando eu vi, estava rodeada de crianças indianas querendo me tocar.

Gente, sério, agora imaginem essa cena: eu, no interior da Índia, numa rua aleatória, rodeada por 70 crianças, uma empurrando a outra querendo me dar a mão e me falar oi.

Eu não conseguia parar de rir. Eu tava gargalhando.

Modéstia a parte, me senti a Beyonce numa praça pública rodeada de gente querendo tocar nela.

Pena que foi tão espontâneo que eu não consegui filmar.

Bom, passei os próximos 15 minutos cumprimentando criancinhas indianas. E respondendo uma por uma que o meu nome era Amanda, eu não era casada e eu era do Brasil.

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