Você é insignificante

Você é insignificante.
É sério. Não fica bravo comigo por te falar isso, mas você realmente é.
Insignificante.
É mesmo.
Quando a gente viaja, a gente percebe isso: o quanto somos insignificantes.
Você tá lá, no meio do Salar de Uyuni. No topo de uma montanha. Perdido num deserto. Olha pra direita: nada, tudo de uma cor só. Olha pra esquerda: mais nada. Olha pra trás, pra frente, pra diagonal, pra cima, pra baixo e tudo o que você vê é: nada.
Só uma imensidão branca, verde ou marrom e nada além disso.
É nessas horas que você percebe o tamanho do mundo e, consequentemente, o seu tamanho. Você é um pontinho mínimo no meio de um deserto gigantesco, dentro de um mundo mais imenso ainda. Você não é nada.
Você é completamente insignificante.
Se você morresse hoje, o mundo estaria completamente igual amanhã. Pouquíssimas pessoas - das 7 bilhões que existem - sentiriam a sua falta.
Isso pode parecer um pouco desesperador, né? Um pouco triste, frustrante.
Mas eu vejo por outro lado: eu acho isso absolutamente libertador.
Junto com a sua insignificância, está tudo o que você cria na sua cabeça.
Seus problemas, suas frustrações, suas inseguranças, seus erros, são todos tão pequenos quanto você.
Reconhecer a nossa insignificância nos faz pessoas maiores. Mais humildes. Mais simples. Menos arrogantes.
Porque a gente conhece o nosso lugar no mundo, a gente sabe que a frase 'Você sabe com quem está falando?' não significa absolutamente nada, porque todos temos a mesma insignificância perante ao mundo: todos somos nada. Ninguém é mais ou menos nada que ninguém.
Somos todos insignificantes.
Mas dentro da cabeça de cada um de nós, tem um universo inteiro.