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The Revolution, um pouco da história recente do Egito


Junto com a Primavera Árabe, o povo egípcio foi às ruas, no começo de 2011, protestar contra o ditador que estava no poder há 30 anos. Além de governar o país há tanto tempo, Mubarak era autoritário, corrupto e o país não estava nas melhores condições: a polícia era extremamente violenta, as taxas de desemprego eram altíssimas, os salários baixos, a moeda desvalorizada e os cidadão não tinham liberdade de expressão, entre muitos outros fatores.

No começo de fevereiro do mesmo ano, mais de um milhão de manifestantes se concentraram na Praça Tahrir, no centro do Cairo, e exigiram que o ditador renunciasse. Dia 11 do mesmo mês, depois de centenas de mortes por conta da violência policial, Mubarak renuncia e entrega o poder ao Conselho Supremo das Forças Armadas ou seja, o exército. O exército até então estava do lado do povo e promete uma transição pacífica para uma democracia, mas acaba tomando o poder para eles.

Na metade de 2012 os egípcios conseguem suas eleições e elegem Mohamed Mursi, candidato do partido Irmandade Muçulmana.

Porém em 2013, um ano depois, os egípcios voltam às ruas contra Mursi, em uma onda de protestos que teve consequências ainda mais alarmantes: não se sabe exatamente o número de mortos, mas estima-se que ultrapassaram os mil. A presidência decretou estado de emergência por um mês em todo o país e toque de recolher nas maiores cidade. O exército, então, tirou o presidente do poder e anunciou eleições antecipadas.

Em junho de 2014, então, é eleito Sisi, presidente atual do Egito (2018). Sisi eliminou toda a oposição e, por isso, foi eleito com 96,9% dos votos. Desde então a economia do país tem decaído de uma forma extremamente preocupante, o exército tem recebido enormes regalias e o povo tem cada vez menos liberdade de expressão. Em 2018 haverá eleições novamente no país mas, conforme me informou um amigo egípcio, Sisi eliminou novamente toda a oposição: ninguém pode fazer propaganda política além dele e todos são fortemente desencorajados a não se candidatarem, de forma que Sisi será - novamente - o único candidato.

Ou seja, em 2011 o povo egípcio foi às ruas para tirar um ditador que estava há 30 anos no poder; conseguiram que ele renunciasse, porém outros pólos de poder se aproveitaram do ocorrido e a situação do país só vem piorando desde então. Além da parte econômica, toda essa zona política favoreceu para que o Estado Islâmico também fizesse sua parte: fazendo com que o país fosse palco de diversos ataques jihadistas.

O Egito, dono de um dos cartões postais mais famosos do mundo, que antigamente recebia milhões de turistas por ano é, hoje, um local que muitas pessoas evitam visitar. Muitas companhias aéreas que voavam diariamente ao país cortaram seus voos, muitos hoteis estão abandonados e locais que antigamente lotavam de turistas e tinham enormes filas de espera, estão vazios. Qualquer pessoa que você conversar no país sobre turismo vai citar "The revolution", e vai te falar como antigamente o turismo era muito melhor. É uma pena, pois é um país incrível com muitas coisas para se conhecer.

Hoje, a situação política no Egito continua ruim, mas a situação de segurança e violência já não é como antigamente e é um país seguro de se visitar.

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