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17 dias pela Tailândia - Roteiro, Gastos e o que fazer


Entre 2015 e 2016 passei um mês mochilando pelo Sudeste Asiático. Desse mês, 17 dias foram viajando pela Tailândia: pelo litoral, capital e norte. Trago aqui o meu roteiro, algumas dicas do que fazer em cada lugar, onde se hospedar e os gastos de cada transporte e acomodação.

Bangkok

Bangkok foi pra minha lista de "Lugares que eu um dia vou voltar para morar", de tanto que eu amei. É uma cidade grande, caótica, com trânsito, poluição e todas aquelas coisas que toda cidade grande tem, mas também tem seu lado budista, seus templos, monges. E Bangkok consegue misturar esses dois mundos de uma forma maravilhosa.

No meu primeiro dia em Bangkok conheci os principais pontos turísticos: Grand Palace, Wat Pho, Wat Arun e Khao San Road. Fiz tudo a pé.

O Grand Palace é com certeza o local mais bonito de Bangkok, é simplesmente maravilhoso. O palácio foi construído em XVIII e foi a residência da família real da Tailândia por cerca de 150 anos, está localizado dentro de um grande complexo murado, ao lado do Chao Phraya – o rio que passa por Bangkok.

Foto: goo.gl/eR8yQ2

O grande problema do Grand Palace é o mesmo de grande parte da Tailândia: os turistas. É completamente abarrotado de turista, tem gente tirando foto com planta, gente tocando onde não pode ser tocado, gente passando em frente às suas fotos e por aí vai. E isso, além de ser chato, acaba fazendo com que o lugar perca um pouco de sua grandeza, o que é uma pena.

Bem pertinho do Grand Palace, tem o Wat Pho e o Wat Arun, dois templos super interessantes que também valem a visita.

Fotos: Amazing Thailand

Depois fui conhecer a Khao San Road.

Foto: goo.gl/gLJjN5

Khao San Road é a rua de Bangkok onde ficam concentrados os bares e as baladas. É legal ir a noite para tomar uma Singha (cerveja tailandesa) e durante o dia para almoçar ou fazer umas comprinhas (têm várias lojinhas espalhadas por lá).

No meu segundo dia na cidade, conheci o museu Jim Thompson's House, que é a casa onde o americano Jim Thompson viveu.

Jim Thompson foi um grande visionário, que revolucionou o comércio de seda tailandesa. Nos anos 40, a tecelagem da seda na Tailândia era uma atividade que estava desaparecendo, e o seu declínio parecia inevitável e irreversível. Apesar do quadro nada promissor, Thompson estava confiante de que as cores, o brilho e a qualidade da seda tailandesa atrairiam muito interesse no exterior. Ele então criou uma empresa que salvou esta atividade e a transformou em uma marca de reconhecimento internacional! Seu negócio se tornou um grande sucesso, que atraiu o interesse de casas de moda em Nova York, Londres, Milão e Paris.

Hoje transformada em museu, a Casa de Jim Thompson figura como uma das grandes atrações de Bangkok.

- Retirado de A Terra do Sorriso

Foto: goo.gl/fVwjdY

Depois do museu fiquei dando uma volta pela cidade a aproveitei para fazer uma massagem tailandesa de U$5 na Khao San Road.

No meu terceiro dia, conheci Ayutthaya. Ayutthaya é uma cidade pertinho de Bangkok, para onde é possível fazer um bate-volta de um dia. O passeio custa uma média de U$20, com transporte, guia e alimentação inclusos.

Declarada Patrimônio Mundial da Unesco, a cidade já foi capital da Tailândia e ao explorá-la parece que se está fazendo uma viagem no tempo. Pesquisadores chegam a afirmar que Ayutthata já foi a maior cidade do mundo, quando, em 1760, chegou a ter um milhão de habitantes. Hoje, é uma cidade cheia de ruínas, templos e Budas.

Fotos: Amazing Thailand e Um viajante

Voltando de Ayutthaya no final de tarde, a noite conheci o mercado noturno Rod Fai Market. Um mercado meio hipster, com umas roupas meio malucas, mas que vale a visita.

Foi no meu quarto dia em Bangkok que conheci uma das coisas mais bizarras da cidade: o Tuptim Shrine.

Tuptim Shrine nada mais é que um santuário de pintos. Sim, isso mesmo, é um santuário para o espírito da fertilidade; onde tem pinto de madeira, pinto de plástico, de porcelana, vidro, metal, pinto grande, pinto pequeno, pinto reto, pinto torto, pinto no altar, no chão, nas árvores. Tem basicamente todo tipo de pinto em todos os lugares visíveis. E tem também várias mulheres rezando no meio dos pintos, para engravidar. Elas rezam, levam oferendas, levam outros pintos. Gente, é bizarro. Depois de alguns dias na Tailândia eu descobri que isso é uma coisa comum por lá, e vi mais outros santuários de pinto no resto dos meus dias.

Foto: goo.gl/HWg3hy

Por mais bizarro que seja, o santuário é bem pequenininho, e em poucos minutos você já o conheceu (e deu boas risadas). Tirei o resto do dia para dar uma volta pela região dos shoppings de Bangkok, não comprei nada mas aproveitei o ar-condicionado.

No quinto - e último - dia em Bangkok, tirei a manhã e a tarde inteiras para conhecer o Chatuchak Market. Que é simplesmente o MELHOR lugar para se fazer compras que eu já fui na vida - sim, na vida, não estou exagerando. É um mercado de rua gigantesco (em negrito mesmo) que acontece aos finais de semana. Vende abolutamente de tudo. Quer roupa? Tem. Quer comida? Tem. Quer plantas? Tem. Quer decoração pra levar pra casa? Tem. Quer brinquedo de criança? Tem. Quer eletrônicos? Tem. Eu poderia ficar o dia inteiro aqui falando tudo o que tem nesse mercado, e eu não acabaria tão cedo.

E o melhor: é tudo absurdamente barato.

Gente, sério, é o paraíso. E olha que eu não sou nem um pouco consumista. Não comprei muito pois sabia que voltaria para Bangkok ao final da viagem e deixei para fazer as compras no último dia.

À noite embarquei em um ônibus para Krabi (U$20). E amanheci na praia.

Litoral

Krabi

Krabi é uma das cidades de onde sai o ferry para Koh Phi Phi, a ilha mais famosa da Tailândia. Fiquei em um hostel chamado Slumber Party Hostel at The Beach (U$15 a diária), que é a segunda unidade do Slumber Party Hostel. Só que o primeiro fica bem pertinho da praia, e o outro não. É um hostel bem pequeno, não tem quase nada. Mas eu gostei bastante da vibe do lugar, e recomendo por isso.

Cheguei em Krabi bem cedinho (por volta das 7am) e o check in era às 14h. Aproveitei um passeio de barco que estava saindo do hostel em pouco tempo, coloquei meu biquini, e me juntei à eles.

O passeio foi uma delícia. Só gente jovem, cada um de um lugar do mundo - todos viajando pela Ásia -, ouvindo música boa, bebendo cerveja, navegando pelas praias de Krabi. Foi ótimo para fazer amigos novos e a noite já fomos todos à uma festa que teve no hostel principal (o que não é perto da praia).

No meu segundo dia em Krabi, peguei um barco e fui à Railay Beach que é, na minha opinião, uma das melhores praias da Tailândia. O visual é lindo, e um pouco mais para trás (onde nem todo mundo vai) tem um vilarejinho hippie onde tem uns bares, comida boa e gente legal. Vale a pena conhecer e vale a pena se hospedar ali também, pena que ninguém me falou isso antes de eu ir.

Koh Phi Phi

No dia seguinte peguei um ferry (U$15) para Koh Phi Phi, a ilha mais famosa da Tailândia.

Em Koh Phi Phi fiquei no hostel Ibiza House Phi Phi (U$20 a diária, no ano novo) - Na verdade verdadeira, esse é um hotel e não um hostel; tem piscina, café da manhã chique, serviço de quarto e todas essas coisas que os hotéis têm; mas na parte de trás eles têm um anexo, onde colocaram uns quartos com umas beliches e fizeram um hostel. O hostel não é nada demais, é literalmente um corredor com vários quartos cheios de beliches e uns banheiros no fundo; mas o bom é que os hóspedes do hostel podem usar a piscina do hotel, o que faz com que a acomodação ganhe uns bons pontos. Isso tudo além de ser pé na areia.

No ferry de ida para Koh Phi Phi fiquei amiga de um belga que, coincidentemente, iria se hospedar no mesmo hostel que eu. Então chegamos na pier, caminhamos até o hostel, arrumamos nossas coisas e já fomos explorar a ilha. Decidimos ir para Long Beach. No caminho para lá passamos por três praias bem pequenas, super bonitinhas.

Long Beach é maravilhosa, porém é uma praia grande e agitada e eu sou fã das praias pequenas e vazias. Então ficamos apenas para conhecer um pouco o local e depois voltamos para ficar nas praias que havíamos passado no caminho.

Fim de tarde fiquei na piscina do hostel e à noite fui dar uma volta pela cidade.

Koh Phi Phi é super agitada. É cheia de bares, baladas, estúdios de tatuagens, restaurantes e por aí vai. Curti um pouco o centrinho e depois voltei à praia do meu hostel, onde também têm vários bares e fica rolando uns shows de pirotecnia.

Para o dia seguinte, estava programado conhecer a ilha de Maya Bay, que é onde foi filmado aquele filme "A Praia" com o Leonardo Dicaprio. Porém, por causa do filme, a ilha virou atração principal do litoral tailandês e é muito cheia. Resolvi fazer então o Maya Bay Sleep Aboard, que é um passeio de barco onde você dorme em alto bar, atracado em Maya Bay e foi um dos melhores passeios que eu já fiz na vida. Separei um post apenas para falar sobre ele: Como aproveitar a ilha mais famosa da Tailândia, longe de turistas.

Acordei no dia seguinte (que era também o último dia do ano) no teto do barco, em uma das ilhas mais famosas do mundo, com ela só para mim e mais umas poucas pessoas. O passeio foi incrível e valeu cada centavo.

Depois que voltamos à Koh Phi Phi, resolvi fazer um último passeio com os amigos que conheci no Maya Bay Sleep Aboard. Fechamos um passeio de barco para algumas praias da região, entre elas a Monkey Beach, uma praia cheia de macacos (e de turistas).

Voltei para o hostel depois do passeio e me arrumei para a noite de Reveillon. Tinha feito uma turma legal no Maya Bay Sleep Aboard e passamos o reveillon todos juntos, na praia do meu hostel. Todos os bares estavam super animados, e foi bem divertido.

Acordei cedo no dia seguinte para voltar à Krabi. Voltei, e passei o dia inteiro descansando e curando a ressaca da noite de ano novo.

No 12º dia na Tailândia, peguei um vôo de Krabi para Chiang Mai (U$60), cidade do norte.

Norte

Chiang Mai

Chiang Mai é a cidade mais famosa do norte da Tailândia. É uma região muito espiritual, com muitos templos e monges; e também com uma comida maravilhosa (a melhor da Tailândia!). Em Chiang Mai fiquei hospedada no Non@ChiangMai (U$10 a diária), hostel arrumadinho mas nada muito especial.

No meu primeiro dia lá, dei uma volta pela cidade para conhecer os templos e a noite fui assistir uma luta de Muay Thai, que é algo super típico. Achei bem interessante.

No dia seguinte fui para Doi Suthep, que é um templo que tem perto de Chiang Mai.

Como sempre, lugar muito cheio de turistas, mas é muito bonito. Fui abençoada por um monge, que molhou um pedaço de barbante numa água sagrada e o pendurou no meu pulso; o barbante só foi cair sozinho do meu braço um ano depois.

A noite conheci o Sunday Night Market, mercado noturno que acontece aos domingos em Chiang Mai. Comi umas comidas bem gostosas e comprei umas lembrancinhas)

Para o dia seguinte, fechei um curso de culinária. O curso começaria apenas as 16h, então resolvi dar uma volta pela cidade e aproveitar para fazer uma massagem nesse meio tempo.

Vi que perto do meu hotel havia um local de massagem onde trabalhavam pessoas cegas, e resolvi ir lá. Achei interessante e imaginei que, por serem cegos e mais sensíveis com outros sentidos, a massagem seria muito boa. Doce ilusão. Foi literalmente a pior massagem do meu mês pela Ásia (e olha que eu fazia um dia sim, um dia não, de tão barato que era). Bem decepcionante. Além da massagem ser muito ruim, a moça ainda atendeu o telefone no meio da sessão e ficou um 5 minutos gritando com a pessoa do outro lado da linha e me massageando só com uma mão e, não contente com isso, ainda ficava arrotando no meu ouvido. Gente, foi horrível juro hahahaha.

O curso de culinária depois compensou a desilusão da manhã. Foi bem interessante. Primeiro a moça nos levou a um mercado bem típico da cidade, onde ela explicou quais eram vários ingredientes. Depois, fomos à uma casa e cozinhamos várias coisas gostosas. Eu fiz uma sopa apimentada, um Pad Thai, um Curry vermelho com abacaxi e um Sticky Rice com côco - tudo comida muito típica da Tailândia.

Chiang Rai

No dia seguinte fiz um passeio de um dia inteiro para Chiang Rai. Chiang Rai é uma cidade bem ao norte do país, e o passeio custa cerca de U$20 com transporte, guia e alimentação inclusos.

A primeira parada foi o White Temple:

Foto: goo.gl/5fLJfw

O White Templo é muito bonito, muito mesmo. Mas tinha aquele problema que tem em todos os pontos turísticos da Tailândia: estava abarrotado de turistas. Então, o que é maravilhoso, acaba virando apenas muito bonito, pois a má educação dos turistas e o fato de não conseguir nem andar direito acabam com o lugar.

O templo é inteiro branco, mas tem algumas coisas bem bizarras nele, tipo umas caveiras penduradas numas árvores, umas mãos saindo do laguinho, e o interior do templo tem as paredes inteiras desenhadas com personagens de desenhos atuais e ocidentais: Homem Aranha, Bob Esponja, Angry Birds. É bizarro.

A segunda parada foi para conhecer a tribo Karen, que são aquelas refugiadas do Myanmar que usam as argolas no pescoço:

Elas colocam as argolas quando têm uns 5 anos e nunca mais tiram, e vão sempre botando mais.

Depois, fomos conhecer o Golden Triangle, que é o ponto mais ao norte da Tailândia, onde passa um rio que separa a Tailândia, o Laos e o Myanmar. É possível fazer um passeio de barco por esse rio, mas custa 50 reais e você não vai ver nada demais. Dispensei o passeio e subi numa montanha para ver o Golden Triangle do alto. A terra de onde a foto foi tirada é a Tailândia, esse triângulo pontudo da esquerda é o Myanmar, e a terra mais longe da direita é o Laos:

Foto: Amazing Thailand

No meu último dia em Chiang Mai, me inscrevi para fazer um curso de massagem. Recebi tanta massagem lá que achei justo eu também aprender a fazer, rs. O curso foi super interessante e eu aprendi bastante coisa!

Não reparem na mulher escondida atrás do travesseiro. Era uma das instrutoras que ficou com vergonha de sair na foto, mas com preguiça de sair dela hahaha.

No dia seguinte eu peguei um vôo para o Laos pela manhã e fui embora da Tailândia. Mas como eu disse antes: um dia volto pra passar uns meses em Bangkok!


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